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Sobre as palhetas para saxofone

  • Rômulo Eduardo Dantas
  • 23 de mar. de 2016
  • 4 min de leitura

23 de março de 2016| Rômulo Eduardo Dantas

Nestes anos estudando, tocando e dando aulas de saxofone, percebi e, acima de tudo, senti que um dos maiores carmas para o saxofonista é a penosa obrigação de encontrar a palheta ideal. Aquela que será sua parceira de sonoridade por meses, anos ou, em alguns casos, até o fim da vida. São comuns nas salas de aula e até mesmo em trocas de ideias e informações entre colegas de estudo perguntas como:

- Qual a melhor marca de palhetas?

- Qual numeração de palhetas devo usar?

- Quanto tempo dura uma palheta?

- Qual a diferença entre a palheta X e a palheta Y?

Estas são perguntas cujas respostas variam de saxofonista para saxofonista. Sim, é isso mesmo! E o porquê desta variação é muito simples: cada um tem variantes em si mesmo que influenciarão na escolha de uma palheta adequada.

E quais são estas variantes? Podemos citar algumas delas, ao menos as mais comuns. Por exemplo: espessura dos lábios, tipo de embocadura (posicionamento dos dentes, lábios, potência do sopro, força empregada nos golpes de língua), referências de sonoridade, marca, modelo e abertura de boquilha, resistência física...

São vários os elementos que influenciarão o saxofonista na hora de buscar a palheta que melhor lhe servirá. Portanto, no caso dos alunos que sempre me fizeram e ainda fazem algumas destas perguntas ou mesmo todas elas, é importante saberem que cabe ao professor simplesmente observá-los e orientá-los a experimentar palhetas de acordo com suas próprias condições e referências musicais, ao contrário do que muitos fazem dizendo aos alunos “compre a palheta X” ou “compre a palheta Y”.

São muito comuns também as dúvidas com relação à diferença entre marca e modelo. É importante dizer que, em se tratando de palhetas, marca e modelo são coisas bem diferentes. Se tomarmos como exemplo as conhecidas palhetas da marca Vandoren, veremos que dentro da marca Vandoren existem diversos modelos de palhetas para saxofone, cada um com um tipo de corte, alinhamento e acabamento que resultará em diferenças timbrísticas e influenciará no tipo de sonoridade que o instrumentista obterá ao usá-los.

Claro que existem várias outras marcas de palhetas, cada uma com modelos diferentes a serem experimentados. Podemos citar aqui, além das palhetas da marca Vandoren, as palhetas das marcas Rico Royal, Gonzalez, Zonda, Alexander, Rigotti e Fibracell como as mais vistas em catálogo e, consequentemente, mais utilizadas.

Existem, na minha opinião, três tipos de palhetas que merecem um destaque e alguns comentários mais detalhados.

A primeira desta lista é a palheta Plasticover, um modelo de palhetas da marca Rico Royal.

Esta é uma das palhetas que, por razões consistentes, devem ser evitadas.

Basta olhar a imagem para ver que esta palheta é coberta com uma camada de tinta plástica. Ou seja, o bambu não entra em contato direto com o lábio e, por este motivo, sua vibração é reduzida, fazendo com que o som emitido pareça artificial em relação a outras palhetas em que o bambu fica exposto e em contato direto com a boquilha e com o lábio inferior.

A segunda da lista é a palheta da marca Fibracell

Esta é uma palheta que merece atenção especial e também alguns cuidados, uma vez que é uma palheta sintética que em alguns casos e para alguns saxofonistas funciona muito bem e em outros casos e para outros saxofonistas, não.

Uma das principais vantagens de usar as palhetas Fibracell é a durabilidade que ela oferece. Enquanto as palhetas feitas de bambu têm uma durabilidade estimada de uma semana e meia a três semanas, as palhetas Fibracell são projetadas para durar alguns meses. Porém, como são palhetas sintéticas, ao experimentá-las, fique atento ao som do saxofone e compare com o som emitido com palhetas de bambu. Caso a sonoridade seja artificial e completamente fora dos padrões, evite usá-las pois elas simplesmente não serviram para você. Agora, se a sonoridade ficou dentro dos padrões e você se sentiu confortável, vá em frente.

Vale lembrar que, em se tratando de palhetas, mais vale a qualidade que a durabilidade.

Por último, temos as palhetas Gonzalez

Estas palhetas são interessantes, pois sua numeração foge do padrão tradicional.

Todos nós estamos acostumados a ver palhetas subindo de numeração de ½ em ½. Já as palhetas Gonzalez sobem de ¼ em ¼. Por exemplo: Ao invés de palhetas número 2, 2 ½ e 3, temos as palhetas número 2, 2¼, 2½ , 2¾ e 3. Com estas duas numerações extras entre uma unidade e outra, o saxofonista tem mais opções e mais flexibilidade. Se você, caro estudante, acha as palhetas número 2 muito leves e as 2½ muito pesadas ou até mesmo as 2½ muito leves e as de número 3 muito pesadas, fique atento e experimente as palhetas Gonzalez. Elas podem salvar a sua vida.

Espero ter ajudado e solucionado algumas dúvidas de vocês. Fiquem atentos para mais curiosidades sobre palhetas na segunda parte deste artigo e aguardem novidades em diversos outros assuntos relacionados ao estudo do saxofone. Um abraço!


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Músico, Compositor, Arranjador, Produtor, Tecnico de áudio, Neurótico e as vezes um ser humano...

Formado em Composição pela Unesp, passou 1 ano e meio morando na alemanha e estudando música...
É professor de Violão e Guitarra na Associação Musical Jahn Sorhein, trabalha com gravações in loco, escreve arranjos e fingi que compõe...

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